domingo, março 14, 2010

Hoje lembrei-me dos meus fins-de-semana de infância.
O acordar cedo e ir a correr para a sala, não fosse o irmão apoderar-se do comando em primeiro lugar e escolher os piores desenhos animados. A guerra pela manta, que acabava sempre com almofadas pelo ar. Os almoços "alancharados", as tardes no jardim. O irmão a empurrar-me do escorrega, a mãe a ralhar, o gelado a meio da tarde, a ida ao lago dos patos. O irmão impaciente porque os patos não apareciam, os calções todos manchados da relva, as trancinhas já desfeitas. A ida à gaiola dos pássaros, em que apanhavamos as penas caídas e as prendiamos atrás das orelhas como se fossemos índios. O pai a tirar fotografias e a dizer que já é tarde. O caminho até ao carro, que apesar de estar perto parecia sempre estar tão distante, tal era o cansaço. Chegarmos a casa e irmos para o quarto brincar, e só irmos para a mesa jantar depois de a mãe nos ter chamado pelo nome completo mais de cinco vezes. As tentativas de escaparmos ao telejornal, que era tão aborrecido, o não querermos comer mais, justificando que estamos cheios, e depois corrermos para o frigorífico buscar a sobremesa. A última discussão do dia, porque o irmão quer dormir e eu tenho a luz acesa porque quero ler. Nova guerra de almofadas, separada pelo pai já impaciente. Até apagarmos a luz, virarmo-nos para o lado, e adormecermos serenamente.
Às vezes dá saudades.

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