Era meio dia quando cheguei à estação do comboio. Encostei-me à parede enquanto ouvia The Sonics e lia o Wuthering Heights. Olhei para a minha direita por mero acaso e lá estava ele. Já não o via há quase um ano, e ainda assim o homem permanece inalterável. Ainda me lembro da primeira vez em que o vi enquanto esperava o comboio. Olhei duas vezes com ar de espanto. A melhor descrição possível é que parecia que o Heath Ledger tinha renascido, literalmente. Todas as manhãs apanhavamos o mesmo comboio, e sentia sempre um arrepio percorrer-me a espinha quando o via, tais são as semelhanças. E hoje lá estava ele. Com o seu impecável fato preto, camisa branca e gravata. Os sapatos clássicos, limpinhos como já é costume. O belo do cigarro atrás da orelha, o qual puxa para acender quando se encosta à parede. E sempre, mas sempre, um livrinho de bolso em inglês na mão.
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